sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Warning: animal lover post

Deixei o meu gato em casa alheia para fazer a minha mudança.

Quem tem animais e já fez uma mudança de casa sabe que não são elementos compatíveis. A menos que se tenha um elefante ou dez jumentos – nesse caso até pode dar jeito.

Não era o caso. O gato foi de férias.

A mudança fez-se, mas como parece que estou a viver na Feira da Ladra depois da passagem de um furacão, ainda não o fui buscar. Mas fui visitá-lo. Sou uma mãe de coração dilacerado (sim, mãe, oquéquefoi?!). Tinha saudades do bicho e medo que ele se esquecesse de mim e mais um chorrilho de mariquices que não vou reproduzir aqui.

A visita foi relativamente curta (não por opção minha) mas deu para tirar algumas notas. Atentem:

- Na casa onde o meu gato está vivem mais três gatos. O meu gato já manda nos outros. Ali vive um gang de gatos e o meu é o líder.

- O meu gato é gordo. Não é largo de ossos, não está rechonchudo, não é de estrutura larga. Não. O meu gato é mesmo gordo. É só quando o vejo ao pé de outros felinos que tenho a real noção da desgraça que vai naquela barriga. Tenho que fazer qualquer coisa quanto a isto ou o veterinário ainda me faz um exame rectal a mim.

- O meu gato é lindo. Não desfazendo (caro leitor com felino, queira desde já desculpar) mas a verdade é que é mais bonito do que a maior parte dos gatos. Isto não conta nada no dia-a-dia, claro - é um diabrete -, mas quando bate a saudade vêem-se as coisas com outros olhos. O meu gato podia estar na capa da Vogue ou da Elle. Ou da Playboy (dependendo do cachet).

- Tirar a água do bebedouro, presenteando o chão com vigorosas poças onde depois se aninha para deixar marcas por toda a cozinha, é um hábito que o meu gato achou por bem manter, apesar de ser um convidado. Ele não quer saber onde está: faz o que lhe apetece. E como lá a tijela da água é maior, há regularmente um elegante carreiro de impressões de patas de gato (do meu) da cozinha até à sala. E uma mancha no sofá.

- O meu gato amua. Isto eu já sabia. Contam-se pelos dedos de uma mão as vezes em que aconteceu, mas quando precisei de o deixar com alguém, no regresso a casa vem sempre com uma beiça de amuo que diz “tentaste abandonar-me, odeio-te, dá-me aquela comida especial para ver se me passa”. Ele está sentido. Eu sei-o. Ele sabe que eu sei.

Portanto é isto. Sou uma fraca, amo o bicho e não vejo a hora de o levar para a nossa casa/acampamento, para que ele possa continuar a destruir-me o sofá, as toalhas e os cachecóis (aos quais gosta de puxar fios e lambê-los – sim, é um gato “especial”) e revirar as muitas caixas que ainda por lá continuam.

Nesta nova morada vai aprender finalmente o que é um pombo (animal que nunca viu) e suspeito que vai ser amor à primeira vista.

Hoje é o dia!


2 comentários:

  1. Esse gato precisa de ser severamente disciplinado.

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  2. Já comecei a fazer isso com beijos e abraços.

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