terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Chegou a minha próxima segunda-feira

Depois de vários meses a correr livre por entre Padarias Portuguesas, panfletos da Telepizza e prateleiras de supermercado, chegou o momento de canalizar a supermodelo que há em mim (que há!) e de fechar esta boca.
Não completamente, claro, pois as (parvas) vezes em que ensaiei dietas de fome o resultado foram violentas tendências homicidas. Num caso, em que a duração foi maior, cheguei a piscar o olho ao genocídio. Não foi bonito.

O truque (que não é truque nenhum) é ter uma alimentação que não dê espaço para chegar ao momento de fome. Porque se o meu cérebro tem fome, é ele quem manda no resto das argumentações que pudessem ser produzidas.
Por ele próprio.
O meu cérebro é fascinante.
E cabrão. Porque mesmo que ele saiba que um bollycao é feito de porcaria recheada com porcaria e que as minhas artérias e as minhas coxas (primas dele) não beneficiam nada com aqueles minutos de prazer, ele está perfeitamente a cagar-se para isso. Ele quer aquela gratificação. Ele quer a gordura que fica nos dedos. Ele quer comer tudo à volta para ficar com o último pedaço de chocolate com pão. Ele é um cabrão guloso.

Planeio por isso distrai-lo com saladas coloridas, com maior variedade em troca de maior quantidade, com o açúcar da fruta, com o ocasional quadrado de chocolate negro e com o pecado de fim-de-semana que não dá para dispensar.
Vou também cansá-lo com exercício físico porque se me deitar mais cedo faço menos raides noturnos ao frigorifico. E eu sou um marine-do-snack-fora-de-horas. In&out da cozinha com 500 calorias no bucho, em menos de 7 minutos. Uma máquina de matar (comida).

Já comecei também a fazer massagens. Na verdade é a receber mas que querem vocês que eu diga se é assim que nos habituámos a pôr a coisa? Deixem-me!
Diz a menina que me dá tareias de 50 minutos (a quem passo metade do tempo a insultar de “puta” para cima) (mas só para dentro, que eu sou uma senhora) que retenho muitos líquidos. Ora, analisando a larga quantidade de vezes que me sento (ou acocoro) num trono de cerâmica para urinar e a rara atividade que tenho ao nível intestinal (não sou gaja de merdas), temo que o que a menina está a sentir nas minhas coxas não seja aguinha... Serei eu a primeira mulher a guardar fezes nos tornozelos, depois de todo um dia sentada? Será que quando me incham as coxas, é sinal que devo aplicar um Microlax? Será que em caso de comer um prato de couve portuguesa, poderei libertar gases pelos poros das pernas?

São tudo questões válidas nas quais refletirei enquanto roo uma cenoura crua e fantasio com uma piscina cheia de mousse de chocolate na qual daria mergulhos de boca aberta.

Darei conta dos progressos em futuros posts. Não percam.

Dia 1: não tenho fome mas comia já de seguida dois croissants do Careca. Só porque sim.




quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Sangue no pénis causa acidentes

Adoro observar homens a observar mulheres. Adoro.

A tentar apreciar e caminhar sem tropeçar nos próprios pés - o que para eles, já sabemos, não é tarefa leve. Ou a olhar de soslaio enquanto respondem, em absoluta desatenção, à namorada que levam pelo braço. Ou - um grande clássico - a acelerar o passo para tentar ver a cara da miúda cujo rabo lhes agradou momentos antes. Maravilhoso.

Gosto das caras de parvos. Dos queixos que não poucas vezes descaem mesmo. Das cotoveladas tããão discretas que dão no amigo que segue ao lado. Da falta de noção de que o mundo à volta não parou.
É tudo tão bom.

O meu gostar é genuíno. Pois se eu sou mulher e também olho!
Adoro pernas bem torneadas e dou mil pontos se acabarem nuns sapatos bonitos, com um salto elegante. Gosto de um decote cheio mas discreto, de umas mãos cuidadas, de uma cara arranjada (não necessariamente maquilhada e nunca, NUNCA, excessivamente colorida). Ou apenas, de ver passar uma mulher com um rasgo de “eu sei quem sou e gosto de mim so go fuck yourselves”. Sabem como é? Claro que sabem.

Nós, mulheres, somos raios de Sol. Temos linhas curvas e recantos e cheiros, que eles não conseguem ter. Por mais metro que sejam. Há uma graça em nós que é só nossa. Uma força, uma luz, um colorido, um deslizar. Não sei o que é. Mas sei que está lá/cá e que é bom de se ver.

Dito isto, à hora do almoço vi um homem a cair para cima de um carro quando tentava não perder pitada de uma mini-saia branca que seguia mais ao lado.
Made my day.


 

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Zézinho na la-la-land


A propósito do mais recente gesto do papa Francisco, que podem ver aqui, José Sócrates veio dizer que recorda com muita alegria o 30 de fevereiro de 1964, dia em que quando caminhava para a escola, num triciclo, pelas 21h, o papa Francisco também lhe ofereceu boleia no papamóvel.

Diz Sócrates "O Sol brilhava e o veículo, conduzido pela princesa Grace do Mónaco, ia todo enfeitado com castanhas e folhas secas por ser S. Martinho."

Emocionado, conta que à chegada à escola, todos - alunos, professores e escovas de cabelo - festejaram a feliz ocasião plantando uma árvore, cantando as janeiras e comendo amêndoas coloridas.

"Esse dia acabou por ser ainda mais especial porque, no intervalo das aulas, pudemos ver na bola de cristal da diretora da escola, o fantástico Eusébio a defender, sem luvas, o penalti da Inglaterra no Estádio da Luz. São quinzenas que não se esquecem."

Ó Sôdona Assunção Cristãs, e levar este senhor a consultar um médico especialista, ficaria em quanto? Veja lá isso e diga qualquer coisa, que eu acho que a malta até se organiza para pagar a continha. Combinado?




terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Estou com a mosca

Não é a expressão popular. É a nova composição do meu agregado familiar.

A mosca que se mudou cá para casa, há vários dias, é pequena (entre um mosquito e uma mosca comum), chama-se Psychoda (é o nome da espécie, não a batizei) e é muito pouco ativa (nunca a vi a voar). Só sei que é real, e não a materialização de um colapso nervoso, porque ela vai mudando de parede. Já a vi na cozinha, na casa-de-banho e no corredor (pensando bem, não é impossível alucinar uma mosca em várias divisões) (merda).

Enquanto não marco a consulta de psiquiatria, o animal vive alegremente numa casa onde a matriarca (eu) é incapaz de matar animais (nem mesmo moscas nojentinhas) (dá-me pena, não consigo, pronto!) e os instintos de caça do gato residente resumem-se à perseguição de bolas de papel alumínio e do ocasional naco de queijo. Coincidência ou fomos escolhidos…?

E agora? Abro a janela e peço-lhe para sair (com esta chuva?) ou anuncio-a no OLX (“Dá-se mosca, excelente ouvinte, perfeita para serões tranquilos junto a águas paradas”)?

Enquanto não me decido, fica já escrito: moscas, formigas e ratos serão alvo de consideração de soluções; agora, se me aparece uma puta duma barata, grito histérica durante 17 minutos, meto o gato debaixo do braço e só me apanham a três horas de distância.


sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Mangueiras ao alto

Terminou a votação para a Palavra do Ano 2013. Sem grandes surpresas, a eleita foi “bombeiro”.

Podem dizer que "ah e tal os incêndios" mas aposto que nos últimos dias a votação foi mais intensa, não é meus grandes queridos Bombeiros Sapadores de Setúbal?


 


Pessoalmente não gosto de homens musculados. Parecem feitos de plástico - e daquele mais rasca. Não gosto, pronto.

Admito que seja preconceito mas imagino-os sempre em grande autocontemplação antes, durante e depois do duche. Volta daqui, volta dali, flete isto, incha aquilo. No-jo.

Pior: imagino-lhes sempre a masculinidade como uma coisinha patética. No meio de tanto inchaço aposto que dá para guardar numa caixinha de fósforos.

Eu sei, é errado e argumentem o que quiserem, mas eu pretendo viver para sempre na ignorância. Recuso-me a partilhar o pipi com um espécime que está mais interessado nos peitorais dele do que nos meus. Coisas cá minhas.

Mas enfim, dito isto, tinha prometido neste post, que hoje revelaria também a minha Palavra do Ano.

As candidatas eram as seguintes:

          Amizade                  Blog
          Casa                       Conhecimento

          Liberdade               Mudança
          Orçamento             Orgasmo
          Paciência               Tempo

E a escolhida, depois de pouca reflexão, foi “mudança”.

O que era a minha verdade, o meu interior, a minha geografia, a minha vida em 2013, acabou. Mais do que mudar, mutou. E a curta distância, diria - com alguma segurança - que para melhor.

Abracinhos às coisas novas e desconhecidas da vida. Celebremos os reinícios com a coragem que só as mulheres parecem ter. 

Venha de lá esse 2014 que já tenho o capacete e as luvas anti-fogo calçadas. Só me falta uma vigorosa mangueira na mão. Anyone...?