terça-feira, 5 de novembro de 2013

Carta aberta a gestores de centros comerciais

Caríssimos senhores,

Estamos nos primeiros dias de novembro.
Na semana passada era outubro.
Estamos a 25 dias de dezembro.
Agora todos comigo: faltam CINQUENTA dias para o Natal.
Dá para perceberem isto antes que eu tire a catana da arrecadação e desate a decapitar renas feitas de luzes? Que febre é esta com que cada vez nos brindam mais cedo? Hã?
O que têm a dizer às vossas vítimas?
Reparem, eu não desgosto do Natal. Vejo valor na reunião da família, na troca de afetos, nas mesas cheias de doces e nas arcas congeladoras a cuspir rabanadas até março.
Eu já tive a minha (gigante e plástica) árvore de Natal a ocupar metade da sala até fevereiro. Caramba, eu tenho o “Christmas”, um patético CD do Michael Bublé a cantar esta merda. E mais grave: oiço-o! (sim, sim, guilty pleasure)
Mas, por deus. Não é em setembro!
Qualquer dia não se pode entrar na Loja do Gato Preto depois de agosto e vamos andar a escolher bikinis e saídas de praia ao som do Jingle (fucking) Bells.
Eu até compreendo que queiram estimular o consumo. O que vier a acontecer nos vossos espaços comerciais, sobretudo. Nada contra. Mas terão os senhores noção dos instintos homicidas que andam a provocar nos consumidores?
Quem não desejou dar um pontapé nos testículos de espuma de um Pai Natal dançante que atire a primeira pedra. E se possível, que seja em direção à menina da perfumaria que faz embrulhos com a mesma qualidade com que os faz a minha tia Alcina (que já tem cataratas há 11 anos e nem um único dedo sem artrose).

Se oiço um “Boas Festas” antes de 15 de dezembro enfio um banano num lojista.
Ficam avisados.


Sem comentários:

Enviar um comentário

Sonhos