sexta-feira, 8 de novembro de 2013

O dom da invisibilidade

O que é que se passa com os homens, as narinas e os carros?
Não saberão eles que os conseguimos ver no para-arranca a explorar sofregamente as covas do nariz? Alguém já lhes explicou que os vidros do carro (os normais) são transparentes?
Os cães escondem a cara e acham que não conseguem ser vistos. Será que eles estão convencidos do mesmo, em relação ao trânsito?
Que febre é esta que transforma os nossos homens em Indianas Jones do muco sólido e que os convence que não os conseguimos ver no semáforo com o braço metido na cara até ao cotovelo?
Haverá um macaco sagrado que só se materializa se o portador estiver numa fila? Será assim tão especial?
E só se manifestará na espécie masculina? É que ainda não apanhei uma menina nestes preparos – e homens é com fartura.
Se é assim tão importante, por que é que não mandam escurecer os vidros? A sério. Façam lá isso. Ou será que parte da graça é ser apanhado? Mesmo assim. Parem lá.
Faço questão de olhar fixamente sempre que cato um nestes propósitos. A maioria, quando percebe, disfarça (tããããõ mal) e para. Mas também já tenho apanhado alguns que me encaram, mantendo a atividade, e que desviam o olhar, de forma provocatória, sem parar de tentar alcançar o objetivo (que entretanto deve estar a meio do cérebro).
Homens que se dedicam a isto: eu não sou de julgar. Façam lá a vossa caça interior à vontadinha. Mas no trânsito não. Parem lá com isso. A sério.


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