quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Boas maneiras na cama – ou onde se quiser

Eu acho que devia haver um livro sobre etiqueta sexual.
Podia ser um guia rápido, daquela coleção “qualquercoisa for dummies” (já que essa malta explica tantos temas, por que não isto?). Ou mesmo um guia exaustivo, com todos os meandros e variações, resultando num monstro tipo Guerra e Paz. Assimcomássim, alguém se apressaria a fazer o filme.
Tanto faz. Mas era fazer-se.

O que eu queria era algo que nos ajudasse a navegar por entre o desconforto e o desconhecido de quando se está com alguém em situações de maior intimidade: a etiqueta sexual (Paula Bobone, onde é que a menina anda quando mais de si precisamos?)

Uma boa ajuda é, claro, dar esse passo quando já se tem cumplicidade e à vontade com a outra parte. É uma excelente ajuda. E, quanto a mim, acrescenta mil pontos a toda(s) a(s) experiência(s).
Mas a cumplicidade sexual constrói-se e até se lá chegar há muito terreno hostil.

Rir também é um excelente aliado. Aligeira qualquer momento constrangedor e é a minha política preferida para o embaraço (nem sempre podemos fugir ou esconder a cara num livro).

Por isso, este guia ajudaria em pequenas coisas que, quanto a mim deviam estar definidas. Era isto que eu queria poder consultar.

Por exemplo: quanto tempo, após o “fim” devem os corpos permanecer encaixados? Sim, quanto? 10 segundos? 30? 1 minuto? De imediato? Alguém sabe?
É um momento doloroso porque não queremos desacoplar (nunca uma palavra foi tão bem utilizada) demasiado cedo, não é? Sobretudo se gostamos da outra pessoa. Arriscamos passar a imagem de “ora bem, agora que já está, chega-te mas é para lá, que eu tenho mais que fazer”. Por outro lado, também não queremos ficar ali até criar teias de aranha. Sobretudo se a posição não for a mais cómoda. Ou se o parceiro pesar mais de 90 quilos e tiver tendência para o soninho pós-coital. Amor sim, mas com as costelas intactas.
Então o que fazer? E se estão ambos à espera que o outro ensaie um movimento de fuga? E se lhes dá para a teimosia? Hã? Não concordam que isto devia estar escrito?

Outro momento de incerteza: e se um deles tem que se levantar cedo no dia a seguir e está na casa do outro? Quanto tempo de miminhos pós-amor é o tempo mínimo para não parecer que só lá fomos para olear as juntas? De quanto tempo precisa um homem para não se sentir sujo ou usado ou lá o que for que os homens se sentem nestas alturas? E será que sentem? Se calhar nem sentem! Mas nesse caso, e as mulheres? Quanto tempo, minhas senhoras?
O meu livro é democrático e gender-free. Todos poderiam e deveriam lê-lo. Proponho até uma versão audio-book para se ouvir durante a intimidade. Não era giro?

Mais uma: o dedo no rabo. Sim, sim. Uma inquietação premente na sexualidade moderna. Diz que é do mais agradável que pode haver - um dedinho maroto pelo rabo do vosso homem acima. Mas como lá chegar? Não me interpretem mal: eu sei o caminho. Mas como dar início a essa prática? É que ainda há por aí muito macho a achar que isso é coisa de gay. E ninguém se quer arriscar a levar uma palmada na mão ou um “olhááááííííí!” no calor do momento. Então como introduzir (mais uma excelente utilização de forma verbal) a questão? Ao jantar? No sofá, enquanto se vê um filme? E que tipo de filme: ação, musical, de suspense? E se for de desenhos animados vamos ser olhadas de lado?

É o que vos digo. Isto seria uma excelente ajuda.
Senhores editores, pensem no assunto. Estarei disponível para pareceres, inquéritos de opinião ou testemunhos anónimos.
Vejam lá isso.



3 comentários:

  1. Em relação ao dedinho no rabo, lê este post!

    http://passionlyaddicted.blogspot.com/2013/04/dedo-no-cu-sim-ou-nao.html

    Fica aqui a minha opinião

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    1. Portanto contamos contigo para ajudar no livro. Excelente.

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  2. Claramente! Até podem citar o post, que tem 200 visitas por semana vindas do Brasil apesar de o blog estar fechado desde o ano passado

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