De espaços e de silêncios. De ausências do ser.
Há dias assim. E não pedem desculpa por isso.
Acordamos com eles. Neles.
Abraçam-nos durante horas. Sussurram-nos maldades ao ouvido. Verdades, talvez. Mas das que aleijam.
Passamos por eles o melhor que conseguimos.
A correr, lágrimas ao vento. Ou a arrastar pés, desgastados e sem força (não há mais força).
Lembramos momentos em que virámos definitivamente a vida. Era uma coisa, agora é outra coisa. Num segundo. Em meio segundo. Num pestanejar rápido. Muda tudo. Mudou tudo. Até o que ainda não foi.
Lembramos momentos em que nos morreram pessoas. Morreram-nos mesmo, ou só do alcance de um braço. E depois afinal, é o mesmo.
Lembramo-nos de rir de boca aberta. De achar que nada poderia ser mais perfeito. De sentir o universo na pele e na alma e de amar com a força de um camião. Com tudo. Como se fosse a primeira vez e nenhum muro existisse. Sem feridas, sem fantasmas, sem 30 anos de cicatrizes.
Queremos mais. Queremos regressar a nós. A quem já não conseguimos ser porque nos perdemos por caminhos cinzentos e crescer é isto mas eu não queria.
Há dias assim. Há dias fodidos assim.
Muito bom, MMS...
ResponderEliminar"(...) há dias assim. e não pedem desculpa por isso.
ResponderEliminar(...) há dias assim. (...) fodidos (...)."
bonitas palavras.