segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

I'm gonna make him an offer he can't refuse. Steeeeeeella!

Ontem ao jantar, na fúria da mastigação, mordi o lábio.

Empenhada como sou, não o mordisquei ao de leve. Não. O que eu fiz foi fatiar um generoso e tosco bife e mudar a ementa do jantar para fusili de cabidela.
Amaldiçoei a vida, a dentição humana, o tamanho do interior dos meus lábios, o governo e a chuva (já que estava na onda).

Minutos depois, chorosa e humilhada pela violenta auto-mutilação, prossegui, convencida que o pior tinha passado.

Claramente nada me preparou para o berlinde com que acordei esta manhã dentro da boca. Não é um berlinde de tamanho normal. É um abafador. Um abafador feito de carne molestada por dentes. Agarrado ao meu lábio.

Estaria pronta para me juntar às tribos africanas que deformam os lábios com pequenas tigelas. Ou para recolher água da chuva no meu beiço saído, em caso de naufragar e ficar semanas à deriva no oceano. Ou mesmo a participar num casting para o Padrinho. Ou para o Rocky.

Fosse o que fosse, tudo seria melhor do que ter que repetir duas vezes num café cheio de gente “Éxh unh câfxê chêioch, xváfaxvorech”.

Caramba.



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