segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

A injustiça do (cocó) mal entendido

Recebo, no âmbito da minha atividade profissional, várias publicações. Jornais e revistas. Chegam regularmente à minha secretária pelas mãos do rapaz do correio interno. Entrega-mas, pede que assine, sorri, se faço uma pergunta muda de cor como um camaleão avariado, e sai do gabinete o mais depressa possível. Tudo, de tacha sempre arreganhada. Parece um turista asiático que não fala a língua local mas que se desdobra em sorrisos para compensar. Ou um doente mental, momentos antes de nos espetar uma caneta bic no pescoço.

Há uns dias estava de saída do meu gabinete para ir à casa de banho. Um percurso que, desde que comecei a beber chá de cavalinha, já deixou um sulco no chão. Com profundidade de trincheira de guerra.
Uns metros à frente da porta, lá estava o rapaz, de sorriso rasgado e de revista Visão na mão.
Tentei explicar que ia sair mas foi como se a revista estivesse armadilhada. Passou-ma para as mãos e fugiu. A sorrir - sempre - até quando virou costas.

Resignada, enrolei a revista e levei-a comigo. À casa de banho.

Fiz o que tinha a fazer, peguei na revista e abri a porta da casa de banho para regressar.

Tudo certo. Não fosse o Diretor Geral, que normalmente faz questão de contar os sinais que eu tenho no decote (e às vezes tenta uni-los mentalmente, para ver se consegue formar uma figura) (das porcas), estar a abeirar-se da casa de banho dele no mesmo instante.

Eu, de revista na mão, a sair da casa de banho.
Ele, convencido que eu tinha estado a evacuar na hora de expediente, enquanto lia a crónica do Ricardo Araújo Pereira.


6 comentários:

  1. LOOL sempre uma boa altura para cruzar com o chefe :P

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  2. Tens assim tantos sinais no decote? :P

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  3. Que péssima altura para te cruzares com o chefe. ;)
    beijinho

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  4. Hoje fico aqui...

    Segunda feira devo apanhar-te! :)

    Bom fim de semana. O Algarve espera-me!

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Sonhos