quinta-feira, 13 de março de 2014

Otimistas. Era matá-los.

Não me interpretem mal. Não é raiva, é apenas inveja: o otimista é um indivíduo mais feliz do que o não otimista. Vê o melhor em cada situação.

Se há um cabelo na sopa, de certeza que é dele. Se foi despedido, sente-se com sorte por finalmente ter tempo para aprender canto gregoriano. Se engordou 4 quilos, não passará frio no Inverno.

O otimista é como o pouco inteligente, mais em mais irritante. O pouco inteligente não se enerva com muita coisa, já que a maior parte do que o rodeia, lhe passa ao lado. O otimista vê tudo a desabar e ainda assim acha que há um lado positivo.

O edifício está a ruir? O salvamento vai dar uma história linda. O cachorro foi atropelado por dois comboios? Pelo menos daqui a sete anos não teremos que passar pelo desgosto de o eutanasiar. O marido fugiu com a melhor amiga? Se correr bem, pode ser que conheça alguém no casamento deles.

O otimista está a par com a mulher de corpo atlético que grita a plenos pulmões que aquilo é genético, que nunca foi a um ginásio e que come um balde de gelado todas as noites.
O otimista está ao nível do indivíduo que encosta a masculinidade às miúdas no metro, mesmo quando só há cinco pessoas na carruagem.
Um otimista merece o mesmo tratamento que o tipo seboso que nos manda um piropo ordinário ao volante de uma camioneta e que, se ficar parado no semáforo, fecha o vidro e vira a cara quando passamos.
Era barrá-los de mel e chamar três ursos.

Tenho um evento formal na próxima semana, um vestido comprido com alças para usar e não consigo encontrar um soutien que seja capaz de me dar o apoio necessário sem ser a estrela principal do meu decote. Já fui a TODAS as lojas num raio de 30 quilómetros (incluindo uma de artigos para pesca) e nada. Já pedi ajuda às amigas e nada. Até à mãe já pedi socorro e NADA. E foi de sorriso quente e tranquilo, que a última menina de loja de artigos intímos que abordei, me disse “Não se preocupe. Vai ver que consegue encontrar. Há sempre solução”.

Estive a isto de a assassinar.




3 comentários:

  1. Na dama de copas não encontras lá a tua solução?

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    1. Escapou-me a Dama de Copas, Maria! Talvez me tenha salvo a vida. Obrigada!

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  2. "era barrá-los de mel e chamar três ursos" é muito bom. mesmo.
    dá vontade de citar, adaptar e adoptar.
    há neste momento em mim uma premente vontade de dizer a umas quantas pessoas:
    "fazemos assim, tu barras-te com mel e eu vou chamar um par de ursos."

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